Para tentar compreender a complexidade do mundo moderno, precisamos analisar o passado e imaginar futuros.
A maior parte das teorias cunhadas nos últimos dois séculos até meados de 1950, acompanhando a forte transformação dos meios de produção e da sociedade, pouco levaram em conta os impactos da atividade humana no planeta.
O debate sempre girou em torno de campos sociais mais paupáveis à época, como divisão do trabalho, gestão de matérias-primas e a produção material. O entendimento mais amplo sobre os impactos negativos da vida moderna em escala só foram compreendidos e divulgados com o progresso da ciência e da tecnologia, a partir dos anos 70 e mais largamente a partir dos 90.
Dos anos 90 até hoje, ampliou-se muito as vozes e a ramificação dos estudos nas mais diversas áreas. Existem diversos pensadores que imaginam o futuro de diversas formas, alguns mais positivos, outros mais negativos.
Em uma visão extremamente positiva, a inovação será responsável pela regeneração da natureza em tempo de não extinção pelas próprias consequências do desenvolvimento tecnológico.
Estamos no joelho de uma curva exponencial, onde os fatores X e Y correspondem ao tempo e ao progresso tecnológico, respectivamente. A projeção do cientista da computação e co-fundador da Singularity University, Ray Kurzweil é de que
"No século 21, não teremos 100 anos de progresso, mas 20 mil, por conta do crescimento exponencial”
Então, podemos hipotetizar a seguinte progressão de inovação: Diversas pesquisas e estudos de comunicação conceberam a internet. Com a internet, alcançamos a inteligência artificial. Com inteligência artificial ampliando as possibilidades de processamento de conhecimento poderemos chegar a inovações que desbloquearão soluções para problemas complexos como a conversão de CO2 em O2, grande vilão do aquecimento global. Se a energia não é mais um problema diante de sua regeneração possivelente infinita, novos paradigmas seriam quebrados de formas inimagináveis.
Este futuro, sem dúvidas, é empolgante mas nos parece longe demais.
Em uma visão pessimista, possivelmente a tecnologia globalizada, democratizada, sem uma educação crítica na mesma escala, pode levar rapidamente ao colapso do meio-ambiente e a irrupção da desigualdade, gerando um impeditivo para a sequência da curva exponencial do futuro imaginado por Kurzweil.
Nesta caso, podemos prever uma grande inovação em todos os cantos do planeta, porém com uma utilização e degradação tão rápida do meio-ambiente que, muito brevemente, alcance um ponto de não retorno, colocando em xeque a vida na Terra como conhecemos ao mesmo tempo sem possibilidades de inovação por escassez de matéria-primas básicas, poluição em escala global e colapso da cadeia alimentar e dos ecossistemas.
Este futuro, sem dúvidas, dá medo.
Em uma visão mais realista, não conseguimos prever exatamente o que acontecerá no futuro, mas podemos observar o que está acontecendo através da ciência e medir os impactos enquanto eles estão acontecendo. Neste caso, avançamos e reduzimos o ritmo do progresso baseado nos impactos imediatos que causamos, mas para isso, a ciência precisa tomar urgentemente o protagonismo nas decisões políticas e economias do presente.
A última revolução no mundo foi a transformação digital de uma parte majoritaria da população.
Em todas as visão, é claro, o futuro precisa ser construído.
Eis que a próxima fronteira do modelo atual de economia e sociedade é a natureza.
A Transformação Sustentável é uma gestão individual e coletiva baseada na ciência e na educação, moldando negócios e estilos de vida com foco em diminuir os nossos impactos sem abrir mão do progresso.